quinta-feira, 30 de julho de 2009

#41

Foi em um dia de chuva que a encontrei novamente, não estava com as pernas de fora nem de havaianas, muito menos de óculos de sol. Estava linda, mais do que da ultima vez, assim como da próxima vai estar mais linda que hoje e assim por diante.
Não envelhece, parece que o tempo não conta para ela. As rugas não aparecem, o cabelo não fica branco...
(...)
Eu estava fazendo compras no mercado da rua de trás de casa, o de sempre, o da cerveja e petiscos baratos quando a vi. Mesmo em um dia quarta-feira cinzenta, chuvoso e triste ela estava linda, estilosa e sensual e alegre como da primeira vez que a vi. Seu rosto tinha uma expressão alegre, como se fosse estivessemos em um sábado ensolarado por um sol de 40º C e a praia estivesse esperando-a para completar o banho de sol interrompido pela falta de cerveja.
Foi apenas de relance, mas percebi que seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo simples, estava de calça jeans, all-star e moleton escuro com o logo da uma banda que não consegui identificar.
Mas no mercado proximo a minha casa? Será que ela mora por aqui? Onde será que ela faz faculdade? Será que ela namora? Como nunca tinha visto ela antes por aqui? Será que se mudou pra cá faz pouco tempo?
Essas e muitas outras perguntas enchiam minha mente enquanto eu andava pelo mercado já sem saber o que tinha vindo comprar.
Resolvi me concentrar, afinal não tinha mais avistado-a, talvez tivesse indo embora, talvez eu estivesse enganado...
(...)
Após me estabilizar emocionalmente, voltei minha atenção as compras que eu precisava fazer, afinal, meu armário estava vazio. Minha casa estava tão vazia que não tinha nem uma cerveja na geladeira. Coloquei meus fones de ouvido e ao som de Deluxe Trio continuei minhas compras. Estava ouvindo Noção de Nada quando me emcaminhei a sessão de higiene pessoal, particularmente a parte que menos gosto das compras por isso sempre deixo-a para o final.
Nunca fui bom em escolher shampoos e cremes, sempre peguei os mais baratos, independente da recomendação da embalagem quanto ao tipo de cabelo, mas isso não vem ao caso o que importa é que eu estava pegando o shampoo de sempre quando avistei-a
novamente. Estava escolhendo cremes para cabelo algumas preteleiras adiante e por sorte esse eu também precisava de creme para cabelo.
Aproximando-me pude ver a estampa de seu moletom, era de uma banda que eu ainda não conhecia...
Observei, retirei os fones, me aproximei, posicionei-me ao lado dela e peguei os dois cremes de cabelos mais proximos, examinei-os sem muita prestar atenção e falei:
- Oi, tudo bem? - já mostrando o creme - Você sabe me falar qual desses cremes é melhor, tô em duvida, tão o mesmo preço mas não conheço essa marca aqui. - pereguntei como se eu realmente ligasse para a marca do creme.
- Ah, oi tudo bem e com você? - Me respondeu simpaticamente - Olha, eu também não conheço essa marca aqui não, normalmente eu compro essa marca aqui - apontando para um frasco que não estava em nenhuma das minhas mãos e sim na prrateleira um pouco
a direita dela. - Deveria experimenta, tá com um preço bom.
- É uma boa ideia e se eu for tirar seu cabelo como base o creme deve ser ótimo pois seu cabelo é muito bonito. - Respondi educadamente percebendo-a corar ligeiramente nas maçãs do rosto.
- Como se é seu nome?
- Maria Eduarda, mas pode me chamar de Duda. E o seu?
- Gustavo, muito prazer! - Nessa breve conversa já pude reparar que tinha olhos castanhos e meigos e também uma linda pintinha na parte superior do boca. - Você mora por aqui? Acho que te vi esses dias andando pelo calçadão...
- Moro sim, em um prédio a 2 quadras daqui, e você?
- Eu moro na rua de trás, também em um prédio.
Nisso já estavamos nos emcaminhando para a fila do caixa e como o mercado estava um pouco lotado pude conversar bastante com ela e perceber o que além de linda, estilosa e simpártica ainda tinha um ótimo gosto musical. Descobri também que a banda do moletom se chamava Inplastika, além de descobrir que ela estava no segundo periodo de moda, morava com mais 2 amigas e que estava na cidade fazia apenas 2 meses portanto não conhecia muita coisa, apesar das amigas insistirem para ela sair e conehcer as baladas da cidade ela aind anão tinhna tido tempo e preferia um barzinho ou programas mais reservados como churrasco com os amigos e muita
cerveja. Era a primeira vez que vinha a esse mercado e tinha gostado, pois tinha muitas coissas baratas, principalmente as cervejas (justamente o principal motivo pelo qual eu era cliente desse mercado já fazia algum tempo, além claro da proximidade com a minha reidência).
- Então Duda, foi um prazer te conhecer!
- Ah, o prazer foi meu Gustavo! - Ela me respondeu após termos saido do mercado, me ofereci para acompanha-la mas ela disse que nao precisava e que ia chamar um táxi. Me despedi com um beijo no rosto, um número de telefone no bolso e a promessa de um novo encontro...

sábado, 4 de julho de 2009

#40

Fazia muito calor e o sol começava a se pôr, meu ouvidos e meus pensamentos eram abastecidos e guiado respectivamente por meu iPod, meus óculos escuros ao mesmo tempo protegendo e escondendo meus olhos me deixavam a vontade para olhar para qualquer direção e admirar qualquer paisagem, desde os carros a minha esquerda que passavam por mim velozes indo para além do meu campo de visão, as ondas que quebravam silenciosamente iluminadas pelo sol poente alguns metros a minha direita ou para as belas garotas que caminhavam pelo calçadão. Eu me encaminhava tranquilamente para a casa como todos os dias quando derrepente, como também acontecia todos os dias, me apaixonei.
Cabelos amarrados em um perfeito coque deixando de fora apenas duas tiras de cabelo, uma de cada lado dos enormes oculos escuros de armação branca. Fechando o antebraço direito uma linda tatuagem no estilo old school cobinando com seu piercing de argola do lado esquerdo do nariz. Pendurada no ombro esquerdo uma enorme bolsa preta. Sua mini blusa básica também da cor preta com as alças do sutiã branco a mostra combinavam perfeitamente com os shorts claro, nem curto nem comprido mas, do comprimento ideal para apreciar suas pernas longas, brancas e delicadas terminando em seus lindos pés calçados com um par de havaianas rosa e unhas cuidadosamente pintadas com esmalte claro, finalizando essa obra de arte em forme de mulher, com tanto estilo, atitude e simplicidade no critério vestimenta que me deixou apaixonado!
Passo ao lado dela, encarando-a e deixando bem claro (mesmo usando óculos) que estou apaixonado. Então sintou o cheiro adocicado do seu perfume e me apaixono ainda mais. Olho para trás, quase quebro meu pescoço para te admirar mais uma vez e você se vai,
assim como todos os dias fazem o sol, os carros na avenida ao meu lado e as paixões ao longo do meu caminho...

quinta-feira, 2 de julho de 2009

#39

Londres, ah o velho e bom Londres!
Anos depois eu acabei voltando aquele velho bar, que parece a muito parado no tempo primeiro pelos preços que parecem nunca sofrer inflação, depois por ele continuar infecto, fedorento e cada vez mais libertino. Cada vez mais abarrotado de jovens alucinados, cada vez mais usado. Sua pista de dança imunda cheia de cerveja impregnada no chão, o balcão cada vez mais imundo com o barman cada vez mais velho e com as piadas de sempre, as cadeiras estão em sua maioria bambas, algumas quebradas por conta de várias brigas que ja ocorreram la, algumas eu mesmo presenciei e outras ate participei. Esse era e continua sendo o Londres.
Não me lembro o motivo de ter ido aquele bar, talvez pelo preço da cerveja (600ml de skol a $2,80 você não encontra em qualquer lugar. CADE A INFLAÇÃO?!) ou qualquer outra coisa, o fato é que nunca saberei o real motivo e também pouco me interessa. Pois a noite foi deveras agradável e pude constatar que além de o bar continuar o mesmo seus frequentadores em sua maioria idem.
Logo que cheguei observei a mesa que considerava minha, a qual toda semana ficava completamente ocupada por garrafas de cerveja vazias, maços de cigarros e cinzeiros abarrotados com tanta nicotina tudo sendo consumido por mim e por meu seleto grupo de amigos junkies que não queriam saber de nada, o importante era curtir e quanto mais bêbado, melhor.
Mas agora a mesa era ocupada por um outro grupo tão ruidoso e junkie quanto o meu ou qualquer outro grupo que já utilizou um dia utilizará aquela mesa, que hoje já está, digamos assim, abençoada.
Reencontrei alguns velhos amigos que agora já sem tanto pique pra beber e ainda tirar uma onda na pista de dança ficavam no balcão conversando com o velho Seu Olavo, o barman da casa que tinha um estoque infinito e infâme de piadas, sempre acompanhadas por seu estrondoso sorriso largamente amarelado e sem dentes, um cara gente boa, o Seu Olavo.
Acabei sentando em uma mesa proxima a varanda, sim aquela mesma da ultima história que vocês conhecem desse velho bar esquecido no centro de São Paulo.
Ao me sentar nem notei, pois era a única mesa disponivel, não fiquei de frente para a varanda e sim voltado para o bar afim de ver a movimentação, mas na primeira olhada que dei em volta do bar notei onde estava sentado e foi inevitável não me lembrar do ocorrido e no mesmo momento olhei para a minha mesa, para as pessoas com as quais estava sentado e para as bebeidas que estavamos consumindo, pude percebi o quanto mudei. Na minha opnião de uma maneira positiva, amadureci muito.
Não sei, caro leitor, se você se recorda do ocorrido (caso queira lembrar volte algumas paginas, eu recomedo!) mas tudo foi substitíido: a chegada triunfante já chapado ao bar deu lugar a uma chegada discreta, o copo de vodka na mão direita e o cigarro na esquerda foram trocados por um copo de cerveja e as mãos delicadas de minha acompanhante. A dança alcolizado na pista com uma pirigueti qualquer se tornou uma conversa, um tanto quanto gritada devido ao numero de cervejas que tinhamos consumido, sobre futebol.
Aquela ida a varanda fumar e foder sem amor apenas para tentar desperdiçar uma existência (consequentemente desperdiçando a minha também) se torna a volta para casa de carro com um baseado, a mulher mais perfeita que você um dia podera conhecer e muita conversa sobre as coisas mais agradáveis que se possa imaginar.
Para depois terminar em uma noite de amor, de verdade.
É, essa ida a Londres, talvez eu volte lá pois realmente me fez bem.
Meu amor nao gostou do bar, prefere um pique-nique com um bom cha, um bom vinho, uma boa música e muito amor.
É, realmente mudei. A vida muda quando mudamos.

(...)
Fiz no trampo, até que gosto de lá. Hahaha
Ficou grande, realmente estou melhorando. (: