quinta-feira, 2 de julho de 2009

#39

Londres, ah o velho e bom Londres!
Anos depois eu acabei voltando aquele velho bar, que parece a muito parado no tempo primeiro pelos preços que parecem nunca sofrer inflação, depois por ele continuar infecto, fedorento e cada vez mais libertino. Cada vez mais abarrotado de jovens alucinados, cada vez mais usado. Sua pista de dança imunda cheia de cerveja impregnada no chão, o balcão cada vez mais imundo com o barman cada vez mais velho e com as piadas de sempre, as cadeiras estão em sua maioria bambas, algumas quebradas por conta de várias brigas que ja ocorreram la, algumas eu mesmo presenciei e outras ate participei. Esse era e continua sendo o Londres.
Não me lembro o motivo de ter ido aquele bar, talvez pelo preço da cerveja (600ml de skol a $2,80 você não encontra em qualquer lugar. CADE A INFLAÇÃO?!) ou qualquer outra coisa, o fato é que nunca saberei o real motivo e também pouco me interessa. Pois a noite foi deveras agradável e pude constatar que além de o bar continuar o mesmo seus frequentadores em sua maioria idem.
Logo que cheguei observei a mesa que considerava minha, a qual toda semana ficava completamente ocupada por garrafas de cerveja vazias, maços de cigarros e cinzeiros abarrotados com tanta nicotina tudo sendo consumido por mim e por meu seleto grupo de amigos junkies que não queriam saber de nada, o importante era curtir e quanto mais bêbado, melhor.
Mas agora a mesa era ocupada por um outro grupo tão ruidoso e junkie quanto o meu ou qualquer outro grupo que já utilizou um dia utilizará aquela mesa, que hoje já está, digamos assim, abençoada.
Reencontrei alguns velhos amigos que agora já sem tanto pique pra beber e ainda tirar uma onda na pista de dança ficavam no balcão conversando com o velho Seu Olavo, o barman da casa que tinha um estoque infinito e infâme de piadas, sempre acompanhadas por seu estrondoso sorriso largamente amarelado e sem dentes, um cara gente boa, o Seu Olavo.
Acabei sentando em uma mesa proxima a varanda, sim aquela mesma da ultima história que vocês conhecem desse velho bar esquecido no centro de São Paulo.
Ao me sentar nem notei, pois era a única mesa disponivel, não fiquei de frente para a varanda e sim voltado para o bar afim de ver a movimentação, mas na primeira olhada que dei em volta do bar notei onde estava sentado e foi inevitável não me lembrar do ocorrido e no mesmo momento olhei para a minha mesa, para as pessoas com as quais estava sentado e para as bebeidas que estavamos consumindo, pude percebi o quanto mudei. Na minha opnião de uma maneira positiva, amadureci muito.
Não sei, caro leitor, se você se recorda do ocorrido (caso queira lembrar volte algumas paginas, eu recomedo!) mas tudo foi substitíido: a chegada triunfante já chapado ao bar deu lugar a uma chegada discreta, o copo de vodka na mão direita e o cigarro na esquerda foram trocados por um copo de cerveja e as mãos delicadas de minha acompanhante. A dança alcolizado na pista com uma pirigueti qualquer se tornou uma conversa, um tanto quanto gritada devido ao numero de cervejas que tinhamos consumido, sobre futebol.
Aquela ida a varanda fumar e foder sem amor apenas para tentar desperdiçar uma existência (consequentemente desperdiçando a minha também) se torna a volta para casa de carro com um baseado, a mulher mais perfeita que você um dia podera conhecer e muita conversa sobre as coisas mais agradáveis que se possa imaginar.
Para depois terminar em uma noite de amor, de verdade.
É, essa ida a Londres, talvez eu volte lá pois realmente me fez bem.
Meu amor nao gostou do bar, prefere um pique-nique com um bom cha, um bom vinho, uma boa música e muito amor.
É, realmente mudei. A vida muda quando mudamos.

(...)
Fiz no trampo, até que gosto de lá. Hahaha
Ficou grande, realmente estou melhorando. (:

Nenhum comentário:

Postar um comentário